segunda-feira, 22 de maio de 2017

Frases orixás

Acaça

ACAÇA As definições mais elementares do acaçá, dizem que se trata de uma pasta de milho branco ralado ou moído, envolvida ainda quente, em folha de bananeiras. Seu preparo e forma de utilização nos rituais de oferendas envolvem preceitos e bem rígidos, que nunca podem deixar de ser observados. A definição é correta, mas extremamente superficial, pois, o acaçá é de longe a comida mais importante do Candomblé. Todos os Orişas de Eşú à Òşàlá recebem acaçá.todas as cerimônias, do ebó mais simples aos sacrifícios de animais, levam acaçá. em rituais de iniciação, de passagem, em tudo mais que ocorra em uma casa de Candomblé só acontece com a presença do acaçá. A pasta branca à base de farinha de milho, chama-se eco ( èko), depois de envolvida na folha de bananeira, aí sim, será acaçá O acaçá, é um corpo um símbolo de um ser, única oferenda que restitui e redistribui o Àşé. O acaçá remete ao maior significado que a vida pode ter: a própria vida. e por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza e outras mazelas do seio da vida, tornou-e a comida e predileção de todos os Orişas. Nem todas as palavras do mundo são suficientes para decifrar o valor de um acaçá. Basta admitir que os segredos estão nas coisas mais simples para ver que muitos julgam insignificante, a comida mais importante do Candomblé, banalizando o sagrado e privilegiando a intuição em detrimento do fundamento. Fato é que quem não faz um bom acaçá não é um bom conhecedor de Candomblé, pois, as regras e diretrizes da religião dos Orişas nunca foram ditadas pela intuição. Aos incautos vale afirmar que Candomblé não é intuição, mas, fundamento sim, e fundamento se aprende. fundamento é o segredo compartilhado, o mistério sagrado, o detalhe que faz a diferença e a prova de que ninguém pode enganar o Orişá. Aqui o grande fundamento é que o sangue dos animais jamais pode jorrar sobre os ibás sem a presença do elemento pacificador, pois, o acaçá simboliza a paz. Quando ofertado e retirado do seu invólucro verde, tornando-se a comida de Òşàlá que agrada a todos os Orişá, a primeira oferenda que deve ser colocada diretamente no assentamento, juntamente com o obi e a água, antes de qualquer sacrifício. O acaçá deve permanecer fechado,imaculado até o momento de ser entregue ao Orişá. só então é retirado da folha. É como se o sagrado tivesse que ficar oculto até a hora da oferenda, prova de que o segredo é quase sempre um elemento consagrado. e o segredo do acaçá é enrolar o ekó na folha de bananeira. Manter-se imaculado até o momento da oferenda é o que garante a eficácia do acaçá, portanto a folha da bananeira( no Brasil, nenhuma outra pode substituí-la)é fundamental e prova, acima de tudo quanto o babalorixá, yalorixá são conhecedores da religião que professam. Os grandes sacerdotes, conhecidos por sua seriedade, saber, humildade, enrolam o ecó na folha, sabem fazer acaçá.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Itan de Oxóssi

LENDA DA QUIZILA DE OXOSSI ODÉ (Oxossi) grande caçador entrou na mata com seu filho, Logunedé, ensinando-lhe a arte de caçar e manejar o arco e a flecha. Após inúmeras caçadas, Logunedé sentou-se embaixo de uma árvore para descansar. Nessa árvore pousou um pássaro e ODÉ preparou sua arma e atirou. Acertou em cheio pássaro e, também, uma colmeia de abelhas. Elas foram cair justamente sobre a cabeça de Logunede, que sem ter como se defender foi picado. ODÉ vendo o desespero do filho correu a acudi-lo, sendo mordidas várias vezes. Conseguindo fugir, deitou seu filho em folhas frescas e, sem saber o que fazer pôs-se a chorar. Eis que o Orixá Omolú vendo aquilo, parou e apiedou-se do estado de Logunedé, pois, a criança estava morrendo. Omolú tirou de sua capanga água de cana e gengibre, pilou e aplicou sobre os ferimentos, aliviando as dores. Após isto, fez o mesmo com ODÉ, curando-o completamente. ODÉ então lhe disse: Senhor dos aflitos ponho o meu reino a seus pés e toda a minha caça que daqui por diante eu conseguir, comeremos juntos. Omolú agradeceu e seguiu seu caminho. Então ODÉ jurou que nunca mais comeria o mel, pois, o mel o faria lembrar todo seu sofrimento e de seu filho. Diz-se ainda que abelha é simbolo e representação de ODÉ pois ela é o animal que não teme a morte. Após dar a sua ferroada ela está fardada a morrer, mas nem por isso abandona uma briga. A abelha é instrumento para fabricação do sagrado mel de Oxum, mas uma versão da ideia de que este produto seria "Quizila de Oxossi" se dá através desta lenda.