sábado, 24 de junho de 2017

Quem se cala impõe uma barreira. Pois que de nada adianta plantar sem regar e cuidar. De nada adianta seduzir e abandonar. O amor, a amizade, exigem presença, ou corre-se o risco de vê-los esfriar. Segundo um ìtàn (mito) yorùbá, Ògún criou com suas habilidades os irin àiyé (instrumentos de ferro para arar a terra) e Oko, o cultivo dos alimentos. Juntos esses Òrìṣà (Orixás) tornaram-se os primeiros Onílẹ̀ (proprietários de terras agrícolas). Oko não teve culto no Brasil, e Ògún perdeu aqui, sua condição original de patrono da agricultura para Ọdẹ (O Caçador), por intermédio dos africanos da família Àró, oriunda de Kétu. Esses africanos cultuavam Ọdẹ como a divindade da fartura e da prosperidade, por isso ele foi aclamado aqui no Brasil como: 'O Senhor dos alimentos'. Homenageado hoje, 23 de junho, o lavrador tem um dos mais importantes trabalhos do mundo. Sem ele, não haveria grande parte dos alimentos, por nós consumidos. Por isso, nada mais do que justo homenagear o homem do campo que se dedica ao cultivo da terra.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Limpa,limpa Seu Bará!!! Limpa, limpa todo o mal, tudo o que é de ruim em cima de mim... Alupo Seu Bará... abre as portas e os caminhos para esta filha que está no momento sentido-se arrasada... um arraso descomedido, uma coisa de outra esfera... um energia sobrenatural me aterra dia apos dia... tenho feito pelo menos 1 limpeza por semana... sempre me arrepio... Tenho deixado a Padilha tomar conta dessa materia... e levar pro buraco dela todo o mal que eu carrego... toda a inveja, todo o mau olhado... mas ... Tem o mas.... É um desconfort dentro de mim... parece que carrego um bichinho que está se revirando aqui dentro pra sair... todo inicio de ano é assim... por que? Ontem levei uma vela 7 dias pro Seu Bará, não sou de ascender vela pra Ele, mas qdo o negocio é trabalho eu vou la e mando ascenderem pra mim... Mando, explico, pq as mulheres que ainda menstruam não podem se ker chegar perto do assento dele... so as que nao sangram mais, seja por qual motivo for, e homens. e mesmo assim ambos so podem aparecer ali diante dele de calças compridas... aaaahh é o Homem é tinhoso! Mas é o detentor das chaves dos caminhos... é o mediador das nossas conversas espirituais... é o que corre na frente junto com seu irmão Ogum... corre, corre... Então ta na hora do Moço correr por mim... assim não dá mais... Preciso de meus caminhos bem abertos pra novas empreitadas profissionais, preciso me formar, preciso de dinheiro... Ele tb agita essas coisas financeiras...aaai Seu Bará, intercede por mim! Orixá Bará É o gerador do que existe, do que existiu e do que ainda vai existir. O nome “Bará” significa: aquele que é possuidor do poder. Também chamado de Exú Bará, pois “Exú” significa esfera, aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim. Dia da semana: Segunda-feira. Saudação: “Alúpo” ou “Lálupo” – Tradução: Venha, ó falante! Cor: Vermelho. Parte do corpo que rege: Esqueleto, pênis, pâncreas, uretra, urina e rege também o sangue. Ferramentas: Chave, foice, corrente e punhal. Sobrenomes de Orixá: Lodê, Lanã, Tiriri, Adague, Burucú, Baluaê, Agelú,Toquí, Demí, Alupanda, Bí, Leba, Abanadá, Bô e Tolabí. Dividem-se basicamente em dois tipos: Barás de dentro de casa Bará Agelú, Lanã, Adague, etc., considerados mais calmos. Barás da rua Bará Lodê, considerado violento e por isso muito respeitado. É o guardião do templo, portanto deve-se cumprimentá-lo por primeiro ao entrar no terreiro. Seu assentamento e seus pertences ficam guardados à parte numa casinha entrada do Ilê. Acompanham o Bará Lodê: Ogum Avagã e Oyá Timboá, igualmente denominados Orixás de rua. SOBRE ESTE ORIXÁ Um de seus símbolos marcantes é a chave pois é o que permite a passagem e o início de tudo e é responsável pelos caminhos. As questões mais imediatas relacionadas a dinheiro e trabalho, é a ele que pedimos abertura. Faz a interligação entre “Orún” (mundo material) e “Aiyê” (mundo espiritual). Pedimos a ele que leve aos demais Orixás nossos pedidos e agradecimentos, afinal, não teremos êxito sem antes pedirmos e ofertarmos algo a ele. Bará é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem. Outra característica marcante de Bará é ser o detentor e o transmissor da fertilidade e da fecundação. Este Orixá cuida da parte sexual dos seres vivos e de seus órgãos de reprodução. Seu outro símbolo é o "Opá Ogó", a forma fálica (pênis). Longe de ser obsceno, pois a presença de Bará se faz necessária na geração de uma vida. É o mais humano dos orixás, por exemplo: adora agrados e oferendas, detesta água e chuva, nos dias chuvosos é inútil lhe entregar oferendas na rua. Nestes dias é melhor deixá-los guardadas no Quarto-de-Santo até que a chuva cesse. Ele está presente nos lugares onde existem multidões, gargalhadas, risos fartos e nas alegrias incontidas. É o desprendimento do nervosismo contido no peito, a rapidez do deslocamento. Por ser provocador, astucioso e sensual é comumente confundido com a figura de diabo, o que é um absurdo dentro da construção teológica Yorubá, visto que não está em oposição a Deus, muito menos é considerado uma personificação do mal. Mesmo porque nesta religião não existe diabo. “Capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo se derrame”. E assim é Bará, o Orixá que faz o acerto virar erro e o erro virar acerto. Além disso, ele é muito irreverente, adorando resolver e propor enigmas. Caminha no tempo e espaço com tranquilidade, buscando coisas no passado, presente e futuro. Se ele não é tratado de maneira correta, ele confunde e zomba de quem o maltrata. Mas quando é reverenciado, ajuda, abre caminhos e soluciona. Segundo a mitologia, ele adora inverter a ordem estabelecida, como, por exemplo, a mulher trabalhar fora de casa e o homem gerar as crianças e cuidar de todas as atividades do lar. Isso serve para incentivar mudanças e desenvolvimento. O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE BARÁ Os filhos de Bará possuem uma personalidade muito marcante, ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros, ora são bravas, intrigantes e ficam muito contrariadas. Por isso para ter-se um amigo ou filho de Bará é preciso que se tenha muito jeito e compreensão ao tratar-se com ele. São pessoas altamente fiéis aos seus princípios, aos amigos e às suas causas. São corajosos e dedicados. Amáveis, não medem esforços nem sacrifícios para auxiliar as pessoas que ama. Excelentes amantes, a virilidade é uma característica básica daqueles regidos por este orixá. Características Positivas: Sempre chegam ao seu objetivo, mesmo que para isto tenham que se empenhar de corpo e alma. Fortes, capazes, românticos, felizes, participativos, francos, inquietos, sinceros, espertos e atentos. Características Negativas: Severos e exigentes ao extremo, caprichosos, extremamente vaidosos e ambiciosos. Brigões, debochados e brincalhões. O HOMEM DE BARÁ O Orixá do sexo, da procriação e da fertilidade, faz de seus filhos homens com enorme poder de sedução. Afinal, cabe a ele o papel de dar continuidade à espécie. Mas justamente por ser extremamente sensual e também por ser versátil, será capaz de agir dessa forma com várias pessoas ao mesmo tempo. O mais interessante de tudo é que ele dificilmente se afasta definitivamente das mulheres com quem manteve vínculos amorosos e sexuais. Por esta razão, não é difícil reconquistá-lo, principalmente se ele se deu bem sexualmente com essa parceira interessada em tê-lo de volta. A MULHER DE BARÁ Assim como o homem de Bará, a mulher é dotada de muita sensualidade. Mas esta é uma característica que ela não deixa transparecer com facilidade. Pelo contrário, tentará escondê-la atrás de uma imagem bastante reservada. Poderá ser mais transparente em relação ao sexo, se sentir segurança com seu companheiro. E segurança emocional para uma filha de Bará significa encontrar um homem que desenvolva com ela uma grande cumplicidade. Aí sim ela se soltará e se mostrará como realmente é: extremamente sensual. REZAS Para finalizar, colocarei algumas rezas (adúras) e traduções. Será muito bom dançar para Bará sabendo a tradução destas rezas. Bará Lodê Axé: Exú ô Lodê. Resposta: Exú Exú ô Bará lanã. Tradução: Bará, o do lado de fora. Bará, o que no dá as coisas no caminho. Bará Agelú Axé: Exú lanã fô míô, exú lanã fô malé ô. Resposta: Exú lanã fô míô, Exú lanã fô malé ô. Tradução: Bará dos caminhos, filho da dona das águas, Bará dos caminhos, vigia a noite para você. Explicação: Bará, assim como Ogum, é filho de Iemanjá com o Orixá Odùduwà. Odùduwà, Orixá da Criação, ancestral dos reis Yorubás coroados. Ogum era muito ligado ao irmão mais velho. Os dois eram muito aventureiros e brincalhões. Quando Bará foi expulso de casa pelos pais, Ogum ficou muito zangado e resolveu acompanhá-lo. Foi atrás dele e por muito tempo correram o mundo juntos. Bará, o mais esperto, resolvia para onde iriam e Ogum, o mais forte e guerreiro, ia vencendo todas as dificuldades do caminho. Por este motivo, Ogum sempre surge no culto logo depois de Bará, pois honrar seu irmão é a melhor forma de agradá-lo. Enquanto Bará é o dono dos caminhos e encruzilhadas, Ogum governa a reta dos caminhos. BARÁ LANÃ Axé: Egbá rà bô alaroiê a exú lanã, ba rà bô alaroiê a exú lanã, e mó dé ko ê ko de bará bô, bará bô, bará eléfa exú lanã. Resposta: Egbá rà bô alaroiê a exu lanã, ba rà bô alaroiê a exu lanã, e mó dé ko ê ko de bará bo, bará bô, bará eléfa Exú lanã. Tradução: Tenho fé em ti Bará e peço licença para louvá-lo em minha casa; Nossa casa está limpa, proteja a nossa terra. Seu poder limpa o caminho. Bará Lanã = Bará Lonã. Lonã = caminho. BARÁ LANÃ Axé: Exú bará lo bè bè tiriri lanã, exú tiriri, bará lo bè bè tiriri lanã, exú tiriri. Resposta: Bará exú tiriri lanã, exú tiriri lanã, bará ke bará Exú bará, Exú tiriri lanã. Tradução: Minha fé me alimenta, peço para o Precioso Bará dos Caminhos, Precioso Bará dos Caminhos, esse é o Exú que nos dá coisas no caminho. Tiriri = valoroso/precioso Bará Lanã = BARÁ LONÃ = lonã = caminho. Alúúúpooo!!!

sábado, 17 de junho de 2017

Ser Pai

Ser Pai Ser pai é preciso, em tempos de desamor. Que ele tenha olhar cheio de ternura para a frágil criatura de si mesmo, sublime criador. Ser pai é sentir-se maior, sábio, professor em terra de pequenino. Ser pai é voltar a ser menino... É dar colo, carinho,cuidar quando o filho precisar , estar atento e sempre perguntar se o filho precisa de ajuda e auxíliar nos momentos de necessidade e se fazer presente. E se necessário, explicar um não. Ser pai é extravasar alegria, cuidado e atenção. É sentir-se grato pela árdua mas honrosa missão. Ser pai é ser companheiro a qualquer momento, é ser sempre um alento pra choro, ferida ou cicatriz. Ser pai é ajudar seu filho a ser feliz. É passar por cima de crença, de valor ou preconceito. Ser pai é ter respeito. É passear, aprender com o filho, dialogar, estar disposto a ouvir e em alguns momentos a calar. Ser pai nem sempre é uma escolha, nem sempre é planejado, mas não há porque se sentir culpado com o fruto do prazer. Ser pai precisa ser, mais do que ter. É fazer-se também herói, responsável, amável, educador. Ser pai é não ter pudor e estar sempre disposto a defender o filho. Ser pai é ter brilho e um imenso valor. Ser pai é ser amor.