terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

História do Rei Congo.

História do Rei Congo. Rei Congo é um Preto Velho amado por toda a Umbanda, pela sua humildade e serenidade. Ele foi escravo entre o século XVI e o século XVII, e desde sua juventude era um guerreiro, que lutava em prol de seus irmãos africanos que tanto sofriam nas mão de seus Coronéis e Feitores. A história diz que Rei Congo, que tinha seu nome de batismo como Octácilio, era um grande rezador e curador de doenças, ficando sendo conhecido entre negros e brancos pelo seus tratamentos das moléstias como a tuberculose, que na época exterminava muitas pessoas sem escolher cor nem raça. O negro Octácilio, certa vez após uma das filhas de um Coronel fazendeiro, chamado de “Senhor do café”, ficar muito fraca com a famigerada doença assassina, a tuberculose, ficou muito conhecido em toda região pelo tratamento dado a pequena sinhá, através de seus conhecimentos de ervas utilizadas em chás e compressas, sanando assim todo mal estar sofrido por ela e curando-a de vez da tão maléfica doença. Após esse fato Octácilio começou a frequentar outras fazendas da região para, com sua sabedoria ajudar outras pessoas que sofriam além da famigerada tuberculose outros males que afligiam a tão covarde e intolerante classe branca e rica da época. Com essas viagens de fazenda em fazenda, Octácilio começou a perceber que seus irmãos negros sofriam grandes humilhações e maus tratos dos então feitores que ordenados pelos coronéis, mandavam castigar na chibata e no tronco todos os negros sem que houvesse motivo para tal covardia. E foi assim que o jovem Octácilio tomou para si a vontade de lutar contra essas atrocidades, e dia após dia ele tomado por seu desejo de liberdade e também pela grande vontade de livrar seus irmãos das garras covarde de feitores e coronéis, ele decidiu então tentar a fuga, com o objetivo de mais tarde tentar ajudar os outros escravos a fazerem o mesmo. Enfim chega a noite da fuga, Octácilio e mais alguns negros, após um dia cansativo na preparação da terra para um novo plantio de café, conseguem fugir do cativeiro após dominarem o feitor e seus jagunços quando já iam acorrentar as portas do senzala. Vários negros fugiram, muitos deles foram recapturados e outros mortos, mas Octácilio conseguindo se embrenhar nas matas escuras conseguiu enfim a sua liberdade. A partir desse dia, Octácilio com a ideia fixa em tentar libertar seus irmãos escravizados, rogou a Pai Oxalá e a todos os Orixás que lhe mostrassem o caminho para que ele conseguisse o tal feito. Após vários dias e noites fugindo pelas matas sagradas de Pai Oxossi, ele se depara com uma montanha, que na época era conhecida como “Monte dos Perdidos”, essa montanha tinha centenas de caminhos que interligados chegavam a lugar algum, e apenas um caminho levava ao cume da montanha. Octácilio por algumas vezes já ouvira falar da lenda do “Monte Perdido”, e sabia que o cume dessa montanha seria o lugar ideal para se abrigar e abrigar os negros que ele desejava libertar dos açoites e dos troncos destruidores. Em suas orações ele pediu aos Orixás Sagrados que lhe abrissem o caminho, e que ele conseguisse chegar ao cume da montanha sem se perder pelo labirinto que o levaria a morte. Foi ai que ele começou sua caminhada rumo a tão assustadora montanha, e sem se dar conta, subia a trilha de maneira tão segura e confiante que sem esperar em poucas horas já estava diante de um grande campo florido com um grandioso lago de águas límpidas. Ele admirado por tanta beleza daquela natureza que lhe foi entregue por Oxalá, ele se ajoelha e agradece pelo presente tão belo. E foi nesse belo e protegido lugar que Octácilio começou a sua luta de livrar da escravidão seus irmãos negros, pois ali estava nascendo o Quilombo do Congo” e também o sonho de ali ser o caminho da paz buscada pelos quilombolas. Entrando pelas fazendas cafeeiras durante as madrugadas, Octácilio começou a resgatar os negros escravos, levando-os para o Quilombo do Congo, e ali esses negros começaram a plantar, a construir seus lares e constituir família. Octtácilio escolhia os negros mais novos, fortes e ágeis, fazendo deles um grupo de guerreiros da mesma causa, ou seja libertar mais e mais escravos, e no primeiro grupo já preparado para ação, o negro Octácilio recebeu o nome de Rei do Quilombo do Congo, e todos a partir desse dia passaram a lhe chamar de “Rei Congo”, como é conhecido até hoje nas casas de Umbanda. Certa vez, em mais uma das centenas de vezes que Rei Congo tentava buscar a liberdade para os negros escravizados, um certo coronel muito temido dentro da região fez com que seus feitores e centenas de jagunços ficassem de tocaia por vários dias e noites com intuito de capturar o libertador de escravos. E numa noite nebulosa no qual Rei Congo e seus guerreiros estavam prontos para mais uma ação, o velho negro Malaquias, que tinha o dom da vidência, disse ao seu Rei negro que aquela noite ele não deveria levar seus guerreiros, pois muitas mortes poderiam ocorrer, ele deveria ir só, pois apesar de ser muito perigoso seria dessa oportunidade que ele traria um grande aliado nas causas que lutavam. Rei Congo com toda sua humildade concordou com o velho Malaquias, e saiu só para essa missão, ao chegar a fazenda em questão, Rei Congo tenta chegar a senzala onde dormiam os negros escravizados. Porém a um certo momento Rei Congo se depara com um dos feitores da fazenda com dezenas de jagunços armados. O feitor o acorrenta em um tronco próximo a senzala, a espera do dia raiar e acatar as ordens do tão famigerado coronel. Rei Congo com olhar firme porém sereno, tenta buscar forças nas palavras do velho Malaquias, tentava entender todo o fato, toda a causa do acontecimento. Sabia ele que tudo que acontecera teria uma razão, porém até então não conseguia chegar numa resposta em que aquilo tudo poderia ajudá-lo na luta contra a escravidão. O sol raiou, e o feitor que ora tinha acorrentado Rei Congo, tinha um semblante cansado, parecia amargurado. Ele manda um dos seus jagunços levarem a notícia da captura do libertador de escravos ao coronel, que logo vem com as ordens de açoitarem o negro libertador até a morte, e que levassem o corpo dele a té ele, para junto a outros coronéis fazendeiros comemorassem a morte do tão temido Rei Congo. E foi dada a missão ao feitor de levar a morte a Rei Congo por meio da chibata. E ele, o feitor, já preparado para o começo da tortura daquele corpo preso ao tronco de madeira por meio de correntes de aço, quando olha nos olhos de Rei Congo e diz se ele era o tal negro curador de doenças tão conhecido dentro da região por ter curado muitas pessoas da tão medonha doença, que na época era a tuberculose. Rei Congo, ainda com olhar sereno apenas balançou a cabeça afirmativamente. Então o feitor o livra das correntes e se jogando aos pés de Rei Congo pede a ele para salvar a sua amada que se encontrava tísica, ela estava extremamente enfraquecida e sem nenhuma chance de sobreviver. Rei Congo estendendo a mão ao feitor, lhe pergunta se ele tinha fé, ele responde que sim, então Rei Congo diz que ele ia libertar sim a doce jovem dos males da tuberculose. O feitor, sabendo que teria que entregar o corpo de Rei Congo para os coronéis, resolveu então libertá-lo e seguir com ele e sua amada para o Quilombo do Congo. E assim foi feito, nesse mesmo dia saíram fugidos da fazenda rumo ao Monte dos Perdidos, e mesmo durante a viagem Rei Congo fazia seus chás e compressas para o tratamento da jovem Rosa, que dia após dia ia recuperando sua saúde. E ao chegarem a seu destino, com cuidados mais especiais, com o tratamento vindo das ervas e compressas sagradas do velho Congo, Rosa se recuperou totalmente, e em agradecimento o feitor, que tinha o nome de Amadeu, jurou lealdade a Rei Congo, que se transformou em um dos grandes guerreiros libertadores do Quilombo de Rei Congo. Apenas os guerreiros de Rei Congo sabiam o caminho correto para chegar ao “Monte dos Perdidos” que já estava sendo conhecido em toda a região como “Quilombo de Rei Congo”. Como a quantidade desses guerreiros ainda era baixa, não davam conta de libertarem tantos escravos como era da vontade de Rei Congo, pois as viagens de ida e volta as fazendas eram longas, cansativas e perigosas, ele decidiu então montar pequenos quilombos que servissem de esconderijo para os quilombolas próximo ao quilombo principal, tentando assim conseguir um pouco mais de tempo para aumentar as ações contra a escravidão nas fazendas. Isso infelizmente durou pouco, pois mesmo em matas fechadas esses pequenos quilombos foram descobertos pelos Feitores e seus capatazes, ou pelos Capitães do mato contratados pelos coronéis fazendeiros que estavam a busca de seus escravos. Rei Congo então decidiu que mesmo com a demora das viagens e a dificuldade da subida ao “Monte dos Perdidos”, seria melhor que os negros libertados fossem levados diretamente para um lugar seguro ao invés de acamparem nos pequenos quilombos a espera de alcançarem um número maior de quilombolas. E assim foi feito por longos anos, Rei Congo e seus guerreiros libertavam os seus irmãos escravizados, os levavam para o Quilombo, e lá eles plantavam, criavam animais, constituíram laços, cultuavam seus Orixás, viviam em paz e em liberdade. Muitos coronéis por anos tentaram alcançar o tão conhecido e guardado Quilombo de Rei Congo, muitos feitores, capatazes e Capitães do mato perderam suas vidas tentando decifrar o caminho correto que levava ao cume da montanha, mas nenhum desses tiveram êxito em seus objetivos, pois ali além de ter grandes guerreiros que protegiam a entrada e o caminho do quilombo, tinha um Rei, um Rei protegido pelos Orixás, principalmente por pai Oxalá no qual o velho Rei Congo agradeceu por toda sua vida a luz dada para que ele encontrasse o caminho para sua libertação e a de centenas de irmãos negros. No final do século XVII, Rei Congo fez sua passagem para o mundo dos espíritos já com 90 anos de idade no corpo físico, e sendo agraciado por pai Oxalá a benção de poder vir a terra como Entidade de Luz para continuar libertando as pessoas da escravidão, porém com um trabalho ainda mais árduo, pois essa escravidão não são nas correntes de aço frio, mas da escravidão da inveja que consome a alma, da falta de humildade que magoa o espírito, do orgulho que destrói o perdão, da soberba que esmaga o ser, da falta de amor que escurece o caminho e principalmente da falta de fé que lhe desvia da evolução espiritual. Rei Congo preto velho calmo e sereno, humilde mas soberano, tem sempre a palavra certa na hora certa, tem ensinamentos certos pros momentos certos. Com sua voz mansa e seu jeito peculiar de se sentar, ele é reconhecido por toda a Umbanda, e todos que já tiveram a oportunidade de poder ouvir seus conselhos em seu tom de voz sereno„ pode se considerar um abençoado por pai Oxalá..
Fonte: historiasdeterreirosdeumbanda.blogspot.com.br

História de uma preta velha

A senzala exalava o calor de um local superlotado, o suor de mais um dia brutal de trabalho, e o medo de novas ordens ou atitudes desmedidas. O breu já se formava lá fora em noite sem lua, que prometia chuva. Nenhuma luz entrava pelas frestas da taipa desgastada pelo tempo e não se viam os animais que penetravam, insetos noturnos. Havia sempre o risco de uma cobra por baixo do tapete improvisado que protegia do chão áspero, feito de folhas de bananeira e palha de folha de cana. Por isso, sempre havia aqueles encarregados de bater todo o espaço com varas de bambu, para espantá-las. Um ou outro pequeno candeeiro, pois sinhozinho não gostava de gastar óleo de baleia com negros. A senzala quadrangular era dividida em quatro setores: os homens de um lado, mulheres de outro, as mulheres com filhos recém-nascidos num terceiro canto, filhos estes de pele mais clara, e alguns até de olhos verdes. Os pretos e as pretas não podiam coabitar nem ter filhos, exceto se o “procriador” se destacasse muito pela força e inteligência. Não havia querer, não havia gostar. No quarto último canto, os velhos, escravos e escravas juntos, já que não se reproduziam mais, haviam conseguido sobreviver à lida, aos maus tratos e à tristeza de ver seu povo sofrendo tanto.Traziam ainda a mente lúcida, sabiam receitas para curar todo o tipo de moléstias, sabiam rezar contra os males do corpo, e aguardavam a madrugada para entoarem seus cantigos nostálgicos, espantarem o banzo, e ensinarem aos outros suas lendas, suas origens e tradições. Alguns incorporavam velhos espíritos das florestas, dos cursos d’água, do fundo da terra, e rendiam seu culto de Fé a Olorum, Orixalá, Oxumaré, Obaluaiê, Iroko, Nanã Buruku e a Abikú, este último, pelo grande número de crianças que morriam. Colocavam em um pequeno pote de barro, o que tinham conseguido trazer escondido do parco almoço, um pouco de fubá, inhame, umas favas de feijão e enfeitavam com flores, completando com Amor e Devoção a singela entrega. Também rendiam respeito ao Exu Kimbandeiro, pois na senzala só haviam negros bantos. Os caçadores de escravos haviam se espalhado de tal maneira que depois deles não houve mais os Tatás africanos, destruindo na África toda uma cultura milenar. Ou quem sabe era mesmo o momento dela migrar através do oceano para este Brasil que ainda não percebia o tamanho do horror que abrigava em seu generoso chão. Havia ali naquele pobre albergue desguarnecido, uma velha escrava pequena, de passos miúdos, mãos mágicas que consertavam ossos quebrados, feridas abertas, corações partidos… Não tinha tido tempo de completar sua iniciação de Sacerdotisa em sua Terra, o Congo, quando foi aprisionada e separada dos seus. A solidão, a tristeza, a saudade, a perda das esperanças de ver suas matas novamente, não lhe haviam dobrado a cerviz. Do mesmo modo que era meiga, era firme, e se dedicava ao mundo espiritual incansavelmente, de alguma maneira conseguindo amenizar um pouco o sofrimento daqueles que estavam ali. Ensinava que seu Povo era de caçadores, mas também guerreiros, e que mesmo desarmados e vencidos, cada negro ali tinha de manter a cabeça em pé, o pensamento focado na superação das provas físicas e a necessidade da solidariedade para obterem um pouco de Paz no seu dia a dia. Ela já não tinha força para trabalhar no plantio da cana ou na colheita do milho, mas Sinhazinha mais de uma vez havia lhe chamado para curar seus filhos. Assim, ela passava seus dias curando, cantando, sorrindo com seus olhos enevoados pela idade, enquanto tratava das feridas dos que eram castigados. Mas naquela noite sem Lua, com a chuva já encharcando o chão, deixando o sono de todos ainda mais desconfortável, subitamente o capataz da fazenda invade o local, destrancando e abrindo a porta com violência gritanto: “Um negro desgraçado fugiu, Uma fuga, uma vida.”! E agarrou o adolescente Jerônimo, que embora jovem era muito alto e forte, além de mostrar grande personalidade. Jerônimo iria pagar pela fuga. Com força descomunal para seu tamanho, na hora do derradeiro golpe do facão, Maria Quimbandeira desviou a arma certeira, salvando o menino, mas ela própria caiu, transpassada pela lâmina, e em pouco tempo sucumbiu, sem um gemido. Acordou junto a sua floresta africana, em meio a uma linda dança de encantados. O grande Babá-Egun a ela se dirigiu lhe dando o comando de duzentos guerreiros e disse: “ Babá Maria, sua missão na Terra findou, mas se inicia aqui uma muito maior, junto aos homens, embora nenhum deles poderá vê-la. Irás ainda por muito tempo vagar o Planeta, com a finalidade de proteger os homens do mal, e junto com outros milhares que estão fazendo o mesmo trabalho, até o dia em que poderás sentar à beira deste riacho e descansar. Agora não, que é tempo de muitas modificações e auxílio aos homens encarnados. Eis que sai de cena a velha Maria e surge a Vovó Maria da Pemba, sempre protegendo, amparando, fortalecendo e abençoando seus protegidos”. Por Alex de Oxóssi - Rio Bonito/RJ Fonte: espiritualizandocomaumbanda.blogspot.com.br
Minha benção Vovó Maria de Pemba.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Compartilhando frases

"Algumas coisas não mudam… A gente é que passa a vê-las por outro ângulo!"
"Não faça da sua vida um rascunho, poderá não ter tempo de passá-la a limpo."
"Troque suas folhas, mas não perca suas raízes. Mude suas opiniões, mas não perca seus princípios."
"Se você cansar, aprenda a descansar e não a desistir."
"Minha idade não define minha maturidade, minhas notas não definem minha inteligência e as fofocas que fazem de mim não definem quem eu sou."
"Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida."
"Se a tranquilidade da água permite refletir as coisas, o que não poderá a tranquilidade do espírito?"
"Às vezes precisamos morrer um pouco por dentro para que então possamos renascer e crescer mais FORTES e SÁBIOS, numa nova versão de nós mesmos."
"Atraia o que você espera, reflita o que você deseja, se torne o que você respeita, se espelhe no que você admira."

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Respeito

Se você, ao entrar em um terreiro,pede licença e saúda os assentamentos e firmezas da casa; *Se você, ao ficar diante de um Preto Velho se ajoelha e pede sua benção; *Se você, ao se afastar de um guia ou do altar,sai de costas e permanece de frente para o altar; *Se Você, ao conversar com uma entidade,se curva e abaixa o olhar em sinal de respeito; *Se você, ao tomar um passe,agradece de coração a entidade que o atendeu; *Se você, ao ganhar de um guia um gole de sua bebida,pega sempre o copo com as duas mãos; *Se você, ao ser convocado para um trabalho difícil,não se envaidece e se prepara com amor; *Se você, ao ser corrigido por seu Pai/Mãe de santo não se enfurece,mas entende que é para sua evolução; *Se você, ao encontrar seu Pai/Mãe de santo,toma sua benção, seja onde fôr; *Se você, ao cantar determinados pontos de umbanda ainda se emociona como no início; *Se você, ao perceber um erro de alguém,não critica,mas procura orientar da forma adequada; *Se você, ao não entender um ensinamento ou doutrina,questiona,pergunta,ao invés de fingir que entendeu; *Se você, ao ouvir comentários desnecessários dentro do terreiro os ignora e não se envolve; *Se você, ao faltar ao gira ou em algum trabalho, pede desculpas aos seus guias por sua falta; *Se você, ao fim de um culto ou trabalho fica feliz e ansioso pelos próximos compromissos; *Se você, ao invés de priorizar as amizades com irmãos de santo,prioriza a casa que o desenvolve; *Se você, ao se sentir fraco,busca a ajuda de sua casa ao invés de se afastar dela; *Se você, ao presenciar algum problema em sua casa,não se omite e tomas as devidas providências,mostrando-se atuante; *Se você, preocupa-se mais com o seu próprio desenvolvimento do que com o dos outros; *Se você, tem respeito e amor verdadeiro por sua casa e entende o quão é difícil em vários momentos mantê-la... PARABÉNS POR SUA POSTURA,MAS CUIDADO,VOCÊ É UM UMBANDISTA EM EXTINÇÃO... Texto retirado da Internet.
Outras Cantigas de Oroô Ejé
  1. Etú (Galinha D’angola)
O primeiro bicho a ser sacrificado no ori do iniciado em todo oro de feitura  ou obrigação será sempre a etú (d’angola), pois só esta é quem faz santo e sacraliza o ritual, portanto, deverá ser o primeiro bicho a ser imolado, entoe:
Baba a bi a bi etú konken  (bis)
Na cantiga acima se apresenta à galinha, na cantiga abaixo se sacrifica à galinha:
Kuen kuen kuen
Baba bi a bi etú
Kuen kuen kuen 
Baba bi a bi oro
Kuen kuen kuen
Baba bi a bi etú
Kuen kuen kuen 
Baba bi a bi oma
Entoa-se a cantiga abaixo quando a etú desfalece:
Eran gbobo
Orisa fefe etú 
Eran gbobo
Orisa fefe etú o
  1. Ajapá (Cágado)
o ajapá que terá sido lavado antecipadamente e passado no ajebó que se encontra ao lado do igbá de Sango.
Com uma cordinha de palha cante para que o ajapá ponha o ori para fora, entoe:
Ori Dada
Asé kopa
Gbe na ò
Asé kopa
Araiye
Asé kopa
Gbe na ò
Baba
Obs: Neste momento acima um Ogã toca alujá com aguidavis no casco do ajapá.
Assim que ele tiver posto o ori para fora laça-se com uma cordinha trançada de palha da costa, puxa o nó (forquilha) e dê inicio ao sacrifício, entoe :
Oba Oba lasé Oba
Oba toto bi aro
Obá Obá lasé Obá
Obá Sango Afonjá
Oba Oba lasé Oba
  1. iyelé (Pombo)
Eiyelé  un aja dié
Olowo oju ma wa
Oju npá
Npá ra sé
Olorun
Olowo oju ma wa
Ago ala
Olorun ibase
Olowo oju ma wa
  1. Agutan (Carneiro)
Agbo agbo agutan
Ogun palaso
Tibi kan
  1. copando o veado, o porco  e as Caças em Geral para Odé :
Opo tun
Ojare
Osi e m’afa r’ode
Opo tun
Ojare
Osi e m’afa r’ode
Obs: Essa mesma cantiga acima serve-nos quando vamos castrar um animal, substituímos o trecho Osi e m’afa r’ode  pelo nome do orisá para quem estamos castrando o bicho.
  1. Pepeye (Pato)
Pepeye jan  pepe 
Eru  dandan
Pepeye jan  pepe
Eru  dandan
Eru ade o...
Pepeyé padê l´odo
Eru ade o
Pepeyé padê l´odo
Eru ade o...
  1. Ejá (Peixe)
Ejá mogbá
Mogbá
Bori eni
Ejá mogbá
Mogbá
Bori ejé

Respeito

Algumas pessoas acham que Candomblé se faz com meia dúzia de cantigas e alguns tecidos brilhantes.Mas não!
Candomblé se faz com compromisso, com respeito, com empenho, com despojamento. Candomblé se faz com obí, orogbo, osun, efun e wáji. Candomblé se faz com amor. Candomblé se faz com a palavra certa na hora certa, se faz com Esú, com Osalá,com Ibeji, com ,.Asiwere., com Ipade, com Etutu, com rezas, com nomes e sobrenomes, com ancestralidade; Candomblé se faz em segredo e com pessoas selecionadas e escolhidas pelas divindades africanas: Orisa, Vodun e Nkise. Candomblé se faz com conhecimento e experiência, com o corpo deitado no chão, com paó, com .Motumbá., com Dobale, Iká Osi e Iká Otun, com três meses de kelê, com folhas, com água, vento e fogo, com ewo(s), com a terra e sua força, com aceitação, com uma Casa pronta para acolher, com Ogáns ou com jovens encantados a apaixonados pelo ritmo dos tambores. Candomblé se faz com alegria, sem pecado, sem medo de ser feliz, mas sempre com respeito à própria ancestralidade. Candomblé se faz com silêncio, com respeito aos mais velhos e aos mais novos, Candomblé se faz com manutenção da memória, se faz com ,Axé; com cores, muitas cores; com pós e essências e com a essência de cada ser humano; Candomblé se faz com a mente. Candomblé se faz com união de pessoas e resiliência; faz-se com ensino e aprendizagem e, sobretudo, com respeito ao Tempo, a divindade mais poderosa do Candomblé.....


Texto retirado do grupo:Cantigas de Candomblé

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Quando acaba um terreiro.

Quando acaba um terreiro.

"Um terreiro de Umbanda acaba quando a vaidade é maior que a caridade; Um terreiro de Umbanda acaba quando a fofoca e a intriga são maiores que o estudo e a disciplina; Um terreiro de Umbanda acaba quando a maledicência fala mais alto que a beneficência; Um terreiro de Umbanda acaba quando a atração sexual fala mais alto que a união fraternal; Um terreiro de Umbanda acaba quando a higiene física, astral e mental não é rigorosamente observada; Um terreiro de Umbanda acaba quando falsos médiuns são admitidos pelo dirigente na corrente apenas com o intuito de aumentar a arrecadação financeira da casa; Um terreiro de Umbanda acaba quando as “festas” e “homenagens” são mais importantes e concorridas que as “giras de atendimento” e “reuniões de estudo”; Um terreiro de Umbanda acaba quando as “guias” (colares) são mais importantes que os “Guias” (mentores); Um terreiro de Umbanda acaba quando os “pontos” são cantados sem emoção e quando os “pontos” são riscados sem noção; Um terreiro de Umbanda acaba não porque os Guias se afastam dos médiuns, mas porque os médiuns é que se afastam dos Guias; Um terreiro de Umbanda acaba quando se cobra o que NÃO DEVE SER COBRADO; Um terreiro de Umbanda acaba quando NÃO SE COBRA o que deve ser cobrado; Um terreiro de Umbanda acaba quando a “mágica” substitui a verdadeira Magia; Um terreiro de Umbanda acaba quando o “visível” é mais importante que o invisível; Um terreiro de Umbanda acaba quando faltam a ética, o bom-senso e o respeito; Um terreiro de Umbanda acaba quando acabam a Fé, o Amor e a Verdade." *Mensagem de Sr. Exu Marabô .Origem fraternidade Umbandista

Porque está na religião.

PORQUE VOCÊ ESTÁ NA RELIGIÃO?

"Estou na religião, porque estou doente"
Saia da religião, irmão!
Religião não vende curas, procure um Hospital.

"Estou na religião, porque é minha missão"
Saia da religião, irmão!
Religião, assim como a espiritualidade, respeita o livre arbítrio,
não se sinta obrigado a nada.

"Estou na religião, porque estou desempregado"
Saia da religião, irmão!
Religião não vende promessas de prosperidade,
pois o ganho material nada soma a espiritualidade,
procure uma Agência de Empregos.

"Estou na religião,porque minhas entidades fecharam meus caminhos"
Saia da religião, irmão!
Entidade que trabalha na Luz não fecha o caminho de ninguém,
muito menos de seu aparelho de ação, aceite suas imperfeições!

"Estou na religião, porque tenho mediunidade forte"
Saia da religião, irmão!
Religião não é competição do mais forte ou fraco,
mediunidade não tem medida, o que te motiva é a simples
vaidade e cegueira por poder. Procure um Circo!

"Estou na religião, porque tenho Karma"
Saia da religião, irmão!
A religião não lhe dará quitação kármica, quem faz isso são
suas ações fora da religião.
Procure um voluntariado, orfanato, asilo enfim, uma forma
de ajudar que terá mais êxito.

"Estou na religião, porque pessoas precisam de minha ajuda"
Saia da religião, irmão!
Você é apenas mais um médium, você não tem poderes
mágicos; na religião, só existe tarefeiros e trabalhadores.
Você está motivado pelo deslumbramento não pela caridade.

"Estou na religião, porque quero prestar a caridade"
Saia da religião, irmão!
Quem presta a caridade, não é você e sim os seus guias,
através da sua mediunidade.
Você é um INSTRUMENTO DA CARIDADE DIVINA.

"Estou na religião, em busca de auto conhecimento,
de entendimento da minha missão na TERRA enquanto encarnado
e usar minha mediunidade em prol do meu progresso
e dos que necessitam"
FIQUE NA RELIGIÃO!
A mediunidade é uma benção a quem a recebe e a
quem se beneficia dela."

Origem: Umbanda Orixás

sábado, 18 de fevereiro de 2017

PORTUGUÊS X YORUBÁ 1

PORTUGUÊS X YORUBÁ

CONFUSÃO = EJÓ
CONTRA EGUM = IKAM
COROA = ADÊ
CORPO = ARA
DANÇA = XIRÊ
DE JOELHOS = JOCÔ
DE PÉ = DIDÊ
DEITAR NA TERRA (CHÃO) = ADOBALE
DENDÊ = EPÔ PUPO
DENTE = IFIM
DEUS = OLORUM
DINHEIRO = OUÔ OCOSSI “FELEBÉ”
DOIDO = COLORI
DORMIR = MODOBULE
ESCURIDÃO = ILÚ
ESPADA = ALFANGE
ESPIRITO SEM LUZ = KIUMBA
ESTEIRA = ENIM
FAROFA = PADÊ
FACA = OBÉ
FARINHA = EFUM
FEITIÇO = IJÔ JUJÚ
FEZES = NENA
FILHO OU FILHA = OMO
FIO DE CONTA = INHAM
FOFOCA = EJÓ, INDACA DE AFOFO
FOGO = INÁ
FOLHA = EUÊ, IÇABA
FOLHA DE COQUEIRO = MARIÔ
FORÇAS POSITIVAS = AXÉ
FÓSFORO = XANAM
FRANGO, GALO = AKIKÓ
GALINHA = ADIE
GALINHA DE ANGOLA = ETUM CONQUEM
GAY = ADÊ
GRITO DE GUERRA = ILÁ
GUARDIÃO = ONIBODÊ
GUERRA = JÁ
GUIZO = XAORÔ
HOMEM = OCÓ ORÉ
HOMEM Q NÃO VIRA SANTO = OGAM
HONRA = OLÁ
IR  EMBORA = A UM LÓ
JÁ VOU = JÁ ARÊ
LAÇOS = ATACAM
LADO DIREITO = OTUM
LADO ESQUERDO = OCI
LICENÇA OU PERDÃO = AGÔ
LIMPAR – OSÉ
LÍNGUA = INDACA
CONFUSÃO = EJÓ
CONTRA EGUM = IKAM
COROA = ADÊ
CORPO = ARA
DANÇA = XIRÊ
DE JOELHOS = JOCÔ
DE PÉ = DIDÊ
DEITAR NA TERRA (CHÃO) = ADOBALE
DENDÊ = EPÔ PUPO
DENTE = IFIM
DEUS = OLORUM
DINHEIRO = OUÔ OCOSSI “FELEBÉ”
DOIDO = COLORI
DORMIR = MODOBULE
ESCURIDÃO = ILÚ
ESPADA = ALFANGE
ESPIRITO SEM LUZ = KIUMBA
ESTEIRA = ENIM
FAROFA = PADÊ
FACA = OBÉ
FARINHA = EFUM
FEITIÇO = IJÔ JUJÚ
FEZES = NENA
FILHO OU FILHA = OMO
FIO DE CONTA = INHAM
FOFOCA = EJÓ, INDACA DE AFOFO
FOGO = INÁ
FOLHA = EUÊ, IÇABA
FOLHA DE COQUEIRO = MARIÔ
FORÇAS POSITIVAS = AXÉ
FÓSFORO = XANAM
FRANGO, GALO = AKIKÓ
GALINHA = ADIE
GALINHA DE ANGOLA = ETUM CONQUEM
GAY = ADÊ
GRITO DE GUERRA = ILÁ
GUARDIÃO = ONIBODÊ
GUERRA = JÁ
GUIZO = XAORÔ
HOMEM = OCÓ ORÉ
HOMEM Q NÃO VIRA SANTO = OGAM
HONRA = OLÁ
IR  EMBORA = A UM LÓ
JÁ VOU = JÁ ARÊ
LAÇOS = ATACAM
LADO DIREITO = OTUM
LADO ESQUERDO = OCI
LICENÇA OU PERDÃO = AGÔ
LIMPAR – OSÉ
LÍNGUA = INDACA
LUZ = MINHÃ
MÃE = IÁ
MAR = OKUM
MATAR = PÁ
MEL = MARAUIM
MENTIRA = EKÊ
MENSTRUAÇÃO = BAGÉ
MEU, MINHA = MI
MORRER = CUFAR
MORTE = IKÚ
MULHER Q NÃO VIRA SANTO = EKEDE
NAVALHA = OBÉ FARI
NOME = ORUNCÓ
NÓS = AUÁ
OBRIGADO = ADUPÉ
OLHO = OJÚ
OVO = EIM
PAI = BABÁ
PANO DE CABEÇA = OJÁ
PANO DE COSTA = BANTÉ
PATO = PEPEIÉ
PÉ = LESSÉ
PEIXE = EJÁ
PENICO = ADOZANI
PÊNIS = OCANE
PEQUENO = KEKERÊ
PESSOA COM OBRIGAÇÃO DE 7 ANOS = EBOMI
PESSOA FEITA DE SANTO = IAÔ
PESSOA NÃO FEITA = ABIAM
PINGA = OTIM
PIPOCA = DOBURÚ
PÓ = ATIM
PODEROSO = LELÊ
POMBO = ERILÉ
POR SANTO P DANÇAR = TOMAR RUM
PORCO = ELEDÉ
POUCO = MATÍ
PRATO = DILONGÁ
PRETO = DUM DUM
PULSEIRA = IDÉ
RAINHA = IABÁ
REI = OBÁ
REUNIÃO = PADÊ
RIO = ODÔ
REZA = ADURÁ
RITUAL = ORÔ
ROUPA = AXÓ
ROUPA DE PALHA = AZÊ
RUIM = UÓ
SAL = IÓ
SANGUE = EGÉ
SANTO = ORIXÁ
SAPATP = APATÁ
SAPO = APOLÓ
SEGREDO = ERÓ
SENHOR = OLUÔ
SILÊNCIO = OTÔ
SOCIEDADE = EGBÉ
SURRA = XIMBA-COIÓ
TARTARUGA = AJAPÁ
TERRA = AIÊ
TESOURA = OBÉ CURUZÚ OU ALUMAJI
URINA = OMIM TORO
VACA = MALU
VAGINA = AMAPOUA
VARA = ATORÍ
VELA = INAM
VELHO = CACARUCAIA
VENHA CÁ = DA MI LOJÚ
VENTO = AFEFÊ
VIDA = BIÍ
VERMELHO = PUPÔ

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Esu

Esu
É para ele que eu dedico a primeira arte do ano.

















Esu é filho de muitas pessoas.
Ele nasceu várias vezes
Cada vez ele teve uma mãe
E um pai.
A primeira vez que Esu nasceu
Foi no céu.
O primeiro pai de Esu foi Orunmilá.
A primeira mãe de Esu foi Yebiru.
Foi nesta vida que ele acabou
Por ser partido em 200 pedaços
Dando origem as 201 qualidades de Esu.
Mas ele voltou a nascer na terra,
Seu pai foi Okuboro e sua mãe
Foi Anakí, reis de Egba.
Outras vezes ele nasceu
Inclusive do ventre de Osun
Quando foi chamado Oseturá.
Por ter existido tantas vezes
Ele se tornou um pessoa de muitas
Faces diferentes.
Esu é tudo.
Todos os Orisa conhecem Esu.
Ele tem muitas armas, como
O Ogó, bastão fálico
O Gabarato, bastão de forquilha
O Okani, pênis esculpido em madeira
O Ere, a estatueta mágica
A Adô, cabaça cheia de pós mágicos
O Okoto, casco de caramujo
A Yangi, pedra de barro vermelho
A Ogùso, tocha de fogo
E fora estas armas
Ele tem muitas outras.
Nos dizemos Mojubá Esu!
Meus respeito a ti Esu!
Nos dizemos Laaróyè Esu!
Divirja Esu!
Nos dizemos Olupo Esu!
Esu é senhor do azeite de dendê!
Esu não é Satã,
Esu não é Demônio.
Esu é africano, nunca foi cristão
Ou anti cristão.
Esu nunca leu a bíblia
Tampouco lhe importa
O que esta escrito nela.
Esu tem suas próprias leis
E seus próprios métodos.
Esu come da mesa de todos
Os Orisa e de todas as pessoas
Que de boa vontade lhe oferecem
Algo feito com amor.
Esu tem sim 201 nomes
Mas aqui nas americas nos
O conhecemos mais por Elegbara.
Em cuba o nome Elegbara virou
"Elegua".
No Brasil Elegbara virou
"Bara".
Esu é o mensageiro dos Orisa.
Eu peço a Esu através dessa
Humilde homenagem
Que não esqueça de mim
E que me dê um pouco
De sua coragem.
O ano dos Orisas esta na metade
Mas o nosso ano começa agora.
Laaróyè


TEXTO DE :Felipe Caprini

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Ensinamento dos mais velhos

ÈKÈ  ( MISTIFICAÇÃO)

A razão de muitas vidas não prosperarem hoje em dia nos terreiros é essa :
Espíritos " entidades " mal desenvolvidas atendendo pessoas e dando consultas ;
Entidades dão nome , riscam pontos , levantam ladainhas , e cantam 3 cantigas ;
O fato do ìyaò ser feito de santo , não garante que suas entidades estão prontas para atender e darem consultas ;  " Orixá é uma coisa , entidades são outras " ;
Vamos falar de Exú e pomba gira , o sugestionamento de querer ter certo Exú ou certa pomba gira ;
Os terreiros estão impestiados de Tranca ruas , Maria padilhas , Zé pilintras, Maria mulambos, 7 saias etc , na verdade deveriam ser outras ;
Más por vaidade dos filhos , os Babás e iyás fazem vistas grossas , acarretando o não crescimento dos médiuns;
Existe mais de 3.000 mil pomba giras e exus, más é os mesmos que sempre são cultuados ;
EX : As vezes pelo médium  ( iyao) gostar da maria padilha ele toma a frente e fala , más na verdade a entidade ali é outra , e o que é pior , assentam a lebara, ai a vida ao invés de prosperar entra em falência;
Muitas vezes os cavalos (iyaos) compram coisas para suas entidades sem elas pedirem , porque acham bonito , quando na verdade deveria partir da própria entidade , e isso já é luxúria;
E isso já é um estopim aceso para o ÈKÈ  ( MISTIFICAÇÃO);
Com o fim dos testes ( provações) , os terreiros ficaram a mercê desses mercenários ;
Não sou contra darem presentes e roupas bonitas as entidades , desde que tenha fundamento , existe muito egùn hoje em dia dando o nome de entidades e por falta de conhecimento ou vaidade , a vida de Babás , iyás e terreiros vem afundando ;
Não tenha pressa em que suas entidades soltem o seu nome , cada coisa no seu lugar e tempo certo ;
Uma coisa é certa :
Santo de casa faz milagre sim!!
Para prestar a caridade , não podemos estar dependendo dela  !
Não queime etapas, pomba giras só pode usar corôas na cabeça depois de 7 anos e 99% não usam ;
Entidades com menos de 7 anos não sentam em cadeiras e dão consultas de pé, exceto pretos velhos sentados em apoti,não bebem em vidros , cristais , é por isso que existe agata,barro , estanho etc ;
se policie, seja honesto com você mesmo , não procure das entidades lá fora o que a sua deveria estar fazendo por você!
Como já disse antes , não existe espírito mais forte , cada um tem seu campo , sua área de atuação, o que falta é o conhecimento espiritual  !!!!!
A falta de preparo é a maior ponte para o ÈKÈ  ( MISTIFICAÇÃO)  !!!!!!!
Não faça de suas entidades um alienígena  !!!!!!!
Aprenda com seus Babás e iyás, afinal :
" SEU ORIXÁ E SUAS ENTIDADES TE ESCOLHERAM"
DIGNIFIQUE-OS  !!!!!!!!!!!

Bíblia na Umbanda?

Me perguntaram, porque a Umbanda não tem Bíblia.
Respondo, com a as sábias palavras de Senhor Exú Veludo:
“- A Nossa Bíblia é imensa e chama-se Natureza, uma única e verdadeira obra, feita pelas mãos do grande Criador do Universo, onde seus capítulos e versículos são:
A Cachoeira
O Lago
O Mar
A Mata
O Céu
A Pedreira
O Caminho
O Fogo
A Terra
A Chuva
O Vento
O Dia
A Noite
A Vida
A Morte .
Onde tudo que precisamos saber está escrito nela, e já faz um bom tempo que foi escrito, antes mesmo de aparecer à nossa escrita. E que tudo isso é obra do Divino Criador do Universo, onde devemos o devido respeito. Ela é a nossa Bíblia, ela é Bíblia do Umbandista”.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

NAÇÃO ANGOLA

NAÇÃO ANGOLA

A “nação” Angola, de origem Banto, adotou o panteão dos orixás iorubás (embora os chame pelos nomes de seus esquecidos inkisis, divindades bantos, assim como incorporou muitas das práticas iniciáticas da nação Keto. Sua linguagem ritual, também intraduzível, originou-se predominantemente das línguas quimbundo e quicongo. Nesta “nação”, tem fundamental importância o culto dos caboclos, que são espíritos de índios, considerados pelos antigos africanos como sendo os verdadeiros ancestrais brasileiros, portanto os que são dignos de culto no novo território a que foram confinados pela escravidão. O candomblé de caboclo é uma modalidade da nação angola, centrado no culto exclusivo dos antepassados indígenas. Foram provavelmente o candomblé angola e o de caboclo que deram origem à umbanda. Há outras nações menores de origem banto, como a congo e a cambinda, hoje quase inteiramente absorvidas pela nação angola.

O Deus supremo e Criador é Nzambi ou Nzambi Mpungu; abaixo dele estão os Jinkisi/Minkisi, divindades do Panteão Bantu. Essas divindades se assemelham a Olorun e Orishas da Mitologia Yoruba, e Olorum e Orixá do Candomblé Ketu.

Os principais Minkisi são:

Aluvaiá, Bombo Njila, Pambu Njila: intermediário entre os seres humanos e o outros Jinkice (cf. Exú (orixá)).
Nkosi: Senhor dos Caminhos, das estradas de terra
Mukumbe, Biolê, Buré: qualidades ou caminhos desse nkise
Ngunzu: engloba as energias dos caçadores de animais, pastores, criadores de gado e daqueles que vivem embrenhados nas profundezas das matas, dominando as partes onde o sol não penetra.
Kabila: o caçador pastor. O que cuida dos rebanhos da floresta.
Mutalambô, Lembaranguange: caçador, vive em florestas e montanhas; deus de comida abundante.
Gongobira: caçador jovem e pescador.
Mutakalambô: tem o domínio das partes mais profundas e densas das florestas, onde o Sol não alcança o solo por não penetrar pela copa das árvores.
Katende: Senhor das Jinsaba (folhas). Conhece os segredos das ervas medicinais.
Nzazi, Loango: São o próprio raio.
Kavungo, Kafungê, Kingongo: deus de saúde e morte.
Nsumbu – Senhor da terra, também chamado de Ntoto pelo povo de Kongo.
Hongolo ou Angorô: auxilia a comunicação entre os seres humanos e as divindades.
Kitembo: Rei de Angola. Senhor do tempo e estações.
Kaiangu: têm o domínio sobre o fogo.
Matamba, Bamburussenda, Nunvurucemavula: qualidades ou caminhos de Kaiangu
Kisimbi, Samba_Nkice: a grande mãe; deusa de lagos e rios.
Ndanda Lunda: Senhora da fertilidade, e da Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi.
Kaitumbá, Mikaiá, Kokueto: deusa do oceano.
Nzumbarandá: a mais velha das Nkisi
Nwunji: Senhora da justiça. Representa a felicidade de juventude e toma conta dos filhos recolhidos.
Lembá Dilê, Lembarenganga, Jakatamba, Kassuté Lembá, Gangaiobanda: conectado à criação do mundo.
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Ritual

Na Angola, os sacramentos são:

1 – Massangá: Ritual de batismo de água doce (menha), na cabeça (mutue), do iniciado (ndumbi), usando-se ainda o kezu (Obi).
2 – Nkudiá Mutuè: (Bori)- ritual de colocação de forças (Kalla ou Ngunzu(Angola)= Asé(Axé) = Muki(Congo)), através do sangue (menga) de pequenos animais.
3 – Nguecè Benguè Kamutué: ritual de raspagem, vulgarmente chamado de feitura de santo.
4 – Nguecè Kamuxi Muvu: Ritual de obrigação de 1 ano.
5 – Nguecè Katàtu Muvu: Ritual de obrigação de 3 anos (Nguece = obrigação), nessa obrigação, faz-se o ritual de mudança de grau de santo.
6 – Nguecè Katuno Muvu: Ritual de obrigação de 5 anos, preparação quase que identica a de um ano, só que acompanhada de muitas frutas.
7 – Nguecè Kassambá Muvu:ritual de obrigação de 7 anos, quando o iniciado receberá seu cargo, passado na vista do público, sendo elevado ao grau de Tata Nkisi (Zelador) ou Mametu Nkisi (Zeladora).
As obrigações, são de praxe para os rodantes, porque Kota (ekedi) e Kambondo (ogã), ja recebem seus cargos na feitura, portanto já nascem com suas ferramentas de trabalho, dão suas obrigações para aprimorar seus conhecimentos.
Em Angola, quem passa cargo são os enredos de Dandalunda. Isto é, não é preciso ser filho de Dandalunda, mas é ela quem autoriza aquela pessoa a receber o cargo.
Após 7 anos de obrigações, se renovarão a cada ano com rito de obi ou borí, conforme o caso, repetindo-se as obrigações maiores de 7 em 7 anos para renovar e conservar o indivíduo forte, transformando-o em Kukala Ni Nguzu- Um ser forte.
Kunha Kele: Sacramento realizado 3 meses e 21 dias após a feitura ( tirada de kele), quando o santo soltará a Kuzuela = Ilá.
Ordem de barco (sequência das pessoas recolhidas juntas para iniciação) na Angola

1º – Kamoxi, 2º – kaiari, 3º – katatu, 4º – Kakuanam, 5º – kakatuno, 6º – Kassagulu, 7º – Kassambà.

Na hierarquia de Angola o cargo de maior importância e responsabilidade são: é mais freqüente se dizer Tata Nkisi (homem) ou Mametu Nkisi (mulher).

sábado, 4 de fevereiro de 2017

OYA ONIRA

OYA ONIRA

Nascida de um feitiço feito por Aganjú e Ypondá  na Gamela com um casulo de Libélula, ela é tida como uma Ninfa D'água, ONIRA !
Conhecida como a Rainha de 'Irá', onde passa o Rio que lhe pertence, ela lidera uma Sociedade com Maestria e pulso firme, Guerreira e Arrojada nas Atitudes e Decisões, cede quando o assunto é Amor, as filhas deste Orisá tendem a sofrer nas questões Amorosas, onde Onira lança mão do auxílio de Egungun, onde ela recebe um Título de 'Onira Gan', a predileta dos Egunguns, os mesmos a respeitam e atendem de pronto!
Ainda muito Jovem conviveu com Opará nas águas onde aprendeu os Mistérios da Magia e da Guerra e período que Onira agracia Opara com o epíteto de 'Hunjebê', haja vistas, ter ensinado a arte da guerra e magias.
Onira, após sua caminhada pelo mundo e conquistado várias Batalhas recebeu como paga a Liderança da cidade de Irá e herdou do Pai Aganjú o Dom do Fogo que afugentava os inimigos, que na maioria das vezes tentavam atacar sua cidade através dos Rios, porém ela ao se dar conta da artimanha do inimigo, lançou mão do seu Dom com o Fogo e fazia com que toda a extensão do Rio de Irá fosse tomado por uma forte labareda de fogo, onde então ela fica conhecida como 'Onira, o Rio de Fogo!"

Adoradora das Jóias e tecidos coloridos, tem como fauna sagrada e mística o 'Paturi' que faculta-lhe o encanto é a Dona da Pedra de Lima (Pedra que Ogun utilizava para amolar os Obés) roubada por Onira após observar a forma como Ogun afiava suas Adagas!

O santo Gbóró que passa a caminhar com Onira após o desencanto com Ogun, foi Oxóssi!

Créditos Ya priscilla

Oxaguiã usa cores?

Por que Oxaguiã pode usar cores?

Sim, isso é uma pergunta.
Se achou que seria uma explicação, enganou-se.
Pergunto porque não entendi o real motivo! Não precisa muito para ver um Oxaguiã com "Lacinho azul aqui", "Torcinho com pontinha verde ali", "Bombachos rajados de branco e Azul acula", enfim, uma emaranhado de informações, que por vezes acabam deixando o Orisa mais parecido com Ogum do que com quem realmente ele é.
Não é de hoje que descaracterizam Oxaguiã, e tudo por modinha.
Será que modernizamos a tal ponto nossa religião?
Será que Oxaguiã perdeu o gosto pelo branco?
Para quem não sabe, Oxaguiã ganhou o segui azul de Ogum como forma de agradecimento por seus serviços estratégicos, não precisa de muito para saber que Segui é para colocar no fio de contas e ponto.
O fundamento do azul na roupa acredito ser desconhecido pela maioria.
A impressão é que este orisa não faz mais parte da corte "FUNFUN", tema que nos da abertura para salientar que em Africa, Osogyan e Osolufon são epítetos de Obatala, ou seja um mesmo Orisa, mais um motivo para sabermos que não se coloca cor em Osogyan assim como também em Osolufon.
Reparemos os grandes Egbons de Oxaguiã, nas vestes deles, mal usam cores... Imagine o Orisa que carregam em seus Orys.
Mas, uma pequena juventude da religião achou que assim poderia fazer, e "tome" cor em Osala, sim, Oxaguiã é Osala.
VAMOS PARAR DE DESTRUIR NOSSA ANCESTRALIDADE, DE MAGOAR QUEM TANTO LUTOU PARA QUE PUDESSEMOS HOJE TER UM CULTO LIVRE.
Devemos resgatar muitos valores que se perderam.
Deixo aqui uma cantiga para refletirem sobre as vestes de Oxaguiã:

Aso funfun àwa bí (Nascemos cobertos de branco)
Àlá funfun dé Òrìsànlà (O alá branco de Oxalá nos encobre)
Ála ye Ájàlá o (O Alá de Oxalá nos dá a vida)
Àlá funfun dé Òrìsànlà (O alá branco de Oxalá nos encobre)

D.Vieira

Vestir preto no culto aos Òrìsàs

Vestir preto no culto aos Òrìsàs

No candomblé dos anos 50, 60 e até 70, uma pessoa que chegava à porta de um candomblé vestida de preto, era sempre repudiada por aquela comunidade, e pedia-se para a pessoa se retirar. Quando a pessoa se negava a sair era entendido como um afronta a Òsàlá Pai de todas as cabeças por antecipação.
De acordo com os antigos....
Vestir preto em uma saída de Iyawo é mesma coisa que dizer que o dono casa não sabe fazer o que está fazendo.
Vestir preto em uma festa de 7 anos é a mesma coisa que dizer: “não estou de acordo com esse título (Oye, Odun Eje)”.
Vestir preto em um funeral é desejar que aquela alma não tenha paz pela eternidade.
Vestir preto em um Ìkómojádé é desejar má sorte para criança.
Vestir preto no dia a dia é afirmar se íntimo de Iyá mi Òsóronga!!!
Vestir vermelho é dizer em alto e bom som: “Não tenho medo das mães feiticeiras, por isso uso sua cor”.
Existe um itan de Bàbá Ofuru, onde conta-se que ele foi praguejado por Iyá mi, e por isso que entre uma saia branca e outra é obrigado a usar um faixa preta de tecido.
Para lembrá-lo de sua vergonha!!!! Igual a Sàngó que usa um conta branca no pescoço para lembrá-lo de um desrespeito a Òsàlá !
Nos dias de hoje estes costumes estão sendo desrespeitados pelos mais novos, que acreditam estarem sendo desrespeitados pelos mais velhos.
É literalmente a morte dos Yorubas !!!

Agbá kogbewá lesse Òrìsà !!
ficarei velho aos pés do orisá !!!

AS DIFERENÇAS DE SANGO E AYRÁ.

AS DIFERENÇAS DE SANGO E AYRÁ.

Muitas casas tem o hábito de tratar Ayrá como se ele fosse um caminho de Sango, mas isso é um equívoco.

*Sango é natural da província de Tapá, é filho de Oranian, neto de Oduduwá, usurpador do Trono de seu irmão Ajaká.

*Ayrá é natural das terras de Abomé e Savé, filho de Yalujá e serviu como general na cidade de Oyó.

Sango tem poderes sobre os Raios e o Fogo. É marido de Oyá, foi casado também com Oba e Osun.

Ayrá tem poderes sobre os ventos, sobre o fogo e também pode se manifestar em água, foi casado com Osun.

Ayrá era leal a Dadá Ajaká, o verdadeiro Alafin de Oyó. Quando Sango toma a força o trono, Ayrá se põe contra ele, peleja e consegue destronar Sango devolvendo o trono a Dadá.

Ayrá se veste de Branco e cores claras.
Sango se veste de cores fortes, tons de vermelho e Marrom.
Ayrá usa um machado de apenas uma lâmina e a chave que ganhou de Osalá.
Sango usa um machado com a lâmina dupla e o seu Sere (xére).

Ayrá é louvado na festa "Fogueira de Ayrá", e Sango é louvado na festa "Amalá de Sango".

O assentamento de Ayrá fica no quarto de Osalá e Sango fica em quarto separado.

Ayrá é o protetor de Osalá, já Sango erroneamente prendeu Osalá por sete anos nas masmorras de Oyó. Então somente Ayrá pode carregar Osalá, Sango não é bem vindo.

Ayrá tem cantigas específicas, um culto específico.
Saudação de Ayrá: AYRÁ LÊ!

Saudação de Sangô: KAWO KABIECILE!
Jamais devem ser confundidos.

Asé!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Compartilhando...

POR QUE O CULTO DO ORIXÁ É CHAMADO DE CANDOMBLÉ?

Em 1830, algumas mulheres negras originárias de Ketu, na Nigéria, e pertencentes a irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, reuniram-se para estabelecer uma forma de culto que preservasse as tradições africanas aqui, no Brasil.
Segundo documentos históricos da época, esta reunião aconteceu na antiga Ladeira do Bercô; hoje, Rua Visconde de Itaparica, próximo a Igreja da Barroquinha na cidade de São Salvador - Estado da Bahia.
Desta reunião, que era formada por várias mulheres, uma mulher ajudada por Baba-Asiká, um ilustre africano da época, se destacou:
- Íyànàssó Kalá ou Oká, cujo òrúnkó (nome) no orixá era Íyàmagbó-Olódùmarè.
Mas, o motivo principal desta reunião era estabelecer um culto africanista no Brasil, pois viram essas mulheres, que se alguma coisa não fosse feita aos seus irmãos negros e descendentes, nada teriam para preservar o "culto de orixá", já que os negros que aqui chegavam eram batizados na Igreja Católica e obrigados a praticarem assim a religião católica.
Porém, como praticar um culto de origem tribal, em uma terra distante de sua ÌYÁ ÌLÚ ÀIYÉ ÈMÍ, ou a mãe pátria terra da vida, como era chamada a África, pelos antigos africanos?
Primeiro, tentaram fazer uma fusão de várias mitologias, dogmas e liturgias africanas. Este culto, no Brasil, teria que ser similar ao culto praticado na África, em que o principal quesito para se ingressar em seus mistérios seria a iniciação. Enquanto na África a iniciação é feita muitas vezes em plena floresta, no Brasil foi estabelecida uma mini-África, ou seja, a casa de culto teria todos os orixás africanos juntos. Ao contrário da África, onde cada orixá está ligado a uma aldeia, ou cidade, por exemplo: Xangô em Oyó, Oxum em Ijexá e Ijebu e assim por diante.
Mas, por que esse culto foi denominado de CANDOMBLÉ?
Este culto da forma como é aqui praticado e chamado de Candomblé, não existe na África. O que existe lá é o que chamo de CULTO À ORIXÁ, ou seja, cada região africana cultua um orixá e só inicia elegun ou pessoa daquele orixá. Portanto, a palavra Candomblé foi uma forma de denominar as reuniões feitas pelos escravos, para cultuar seus deuses, porque também era comum chamar de Candomblé toda festa ou reunião de negros no Brasil. Por esse motivo, antigos Babalorixás e Yalorixás evitavam chamar o "culto dos orixás" de Candomblé. Eles não queriam com isso serem confundidos com estas festas. Mas, com o passar do tempo a palavra Candomblé foi aceita e passou a definir um conjunto de cultos vindo de diversas regiões africanas.
A palavra Candomblé possui 2 (dois) significados entre os pesquisadores: Candomblé seria uma modificação fonética de “Candonbé”, um tipo de atabaque usado pelos negros de Angola; ou ainda, viria de “Candonbidé”, que quer dizer “ato de louvar, pedir por alguém ou por alguma coisa”.
Como forma complementar de culto, a palavra Candomblé passou a definir o modelo de cada tribo ou região africana, conforme a seguir:
Candomblé da Nação Ketu (Yorubá/Nigéria)
Candomblé da Nação Djedje ou Jeje (Fon, Mahis- antigo Dahomé, hoje Benin)
Candomblé da Nação Angola ou Bantu
Candomblé da Nação Congo
Candomblé da Nação Muxicongo

A palavra “Nação” entra aí não para definir uma nação política, pois Nação Jeje (tradução literal – ESTRANGEIRO) não existia em termos políticos. O que é chamado de Nação Jeje é o Candomblé formado pelos povos vindos da região do Dahomé e formado pelos povos MAHI.
Os grupos que falavam a língua yorubá entre eles os de Oyó, Abeokuta, Ijexá, Ebá e Benin vieram constituir uma forma de culto denominada de Candomblé da Nação Ketu.
Ketu era uma cidade igual as demais, mas no Brasil passou a designar o culto de Candomblé da Nação Ketu ou Alaketu.
Esses yorubás, quando guerrearam com os povos Jejes e perderam a batalha, se tornaram escravos desses povos, sendo posteriormente vendidos ao Brasil.
Quando os yorubás chegaram naquela região sofridos e maltratados, foram chamados pelos fons de ÀNAGÔ, que quer dizer na língua fon “piolhentos, sujos” entre outras coisas. A palavra com o tempo se modificou e ficou NÀGÓ e passou a ser aceita pelos povos yorubás no Brasil, para definir as suas origens e uma forma de culto. Na verdade, não existe nenhuma nação política denominada NÀGÓ.
No Brasil, a palavra NÀGÓ passou a denominar os Candomblés também de Xambá da região norte, mais conhecido como Xangô do Nordeste.
Os Candomblés da Bahia e do Rio de Janeiro passaram a ser chamados de Nação Ketu com raízes yorubás.
Porém, existem variações de Nações, por exemplo, Candomblé da Nação Efan e Candomblé da Nação Ijexá. Efan é uma cidade da região de Ilexá próxima a Osogbô e ao rio Oxum. Ijexá não é uma nação política. Ijexá é o nome dado às pessoas que nascem ou vivem na região de Ilexá.
O que caracteriza a Nação Ijexá no Brasil é a posição que desfruta Oxum como a rainha dessa nação.
Da mesma forma como existe uma variação no Ketu, há também no Jeje, como por exemplo, Jeje Mahi. Mahi era uma tribo que existia próximo à cidade de Ketu.
Os Candomblés da Nação Angola e Congo foram desenvolvidos no Brasil com a chegada desses africanos vindos de Angola e Congo.
A partir de Maria Neném e depois os Candomblés de Mansu Bunduquemqué do falecido Bernardino Bate-folha e Bam Dan Guaíne muitas formas surgiram seguindo tradições de cidades como Casanje, Munjolo, Cabinda, Muxicongo e outras.
Nesse estudo sobre Nações de Candomblé, poderia relatar sobre outras formas de Candomblé, como por exemplo, Nàgó-vodun que é uma fusão de costumes yorubás e Jeje, e o Alaketu de sua atual dirigente Olga de Alaketu.
O Alaketu não é uma nação específica, mas sim uma Nação yorubá com a origem na mesma região de Ketu, cuja sua história no Brasil soma-se mais de 350 (trezentos e cinquenta) anos ao tempo dos ancestrais da casa: Otampé, Ojaró e Odé Akobí.
A verdade é que o culto nigeriano de orixá, chamado de Candomblé no Brasil, foi organizado por mulheres para mulheres. Antigamente, nas primeiras casas de Candomblé, os homens não entravam na roda de dança para os orixás. Mesmo os que tornavam-se Babalorixás tinham uma conduta diferente quanto a roda de dança. Desta forma, a participação dos homens era puramente circunstancial. Daí ter-se que se inserir no culto vários cargos para homens, como por exemplo, os cargos de ogans.
Hoje, a palavra Candomblé define no Brasil o que chamamos de culto afro-brasileiro, ou seja:
UMA CULTURA AFRICANA EM SOLO BRASILEIRO.

Crédito:http://omidewa.com.br/public_html/arquivos/911

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

IYÁ-MI:

"As Senhoras do Pássaros da Noite – Quando se pronuncia o nome de Iyá-Mi Osorongá, quem estiver sentado deve-se levantar, quem estiver de pé fará uma reverência, pois se trata de temível Orixá, a quem se deve apreço e acatamento."
- Jorge Amado
IYÁ-MI: A ENERGIA DA ALMA FEMININA
Por Luiz Machado
Iyá-Mi Osorongá é a síntese do poder feminino, claramente manifestado na possibilidade de gerar filhos e, numa noção mais ampla, de povoar o mundo. Quando os Iorubas dizem “nossas mães queridas” para se referirem às Iyá Mi, tentam, na verdade, apaziguar os poderes terríveis dessa entidade.
Donas de um axé tão poderoso como o de qualquer Orixá, as Iyá-Mi tiveram o seu culto difundido por sociedades secretas de mulheres e são as grandes homenageadas do famoso festival Gèlèdè, na Nigéria, realizado entre os meses de Março e Maio, que antecedem o início das chuvas do país, remetendo imediatamente para um culto relacionado à fertilidade.
As iyá-Mi tornaram-se conhecidas como as senhoras dos pássaros e a sua fama de grandes feiticeiras associou-as à escuridão da noite; por isso também são chamadas Eleyé, e as corujas são os seus principais símbolos.
A sua relação mais evidente é com o poder genital feminino, que é o aspecto que mais aproxima a mulher da natureza, ou seja, dos acontecimentos que fogem à explicação e ao controle humano. Toda a mulher é poderosa porque guarda um pouco da essência das Iyá-Mi; a capacidade de gerar filhos, expressa nos órgãos genitais femininos, assustou sempre os homens.
As mães são compreendidas como a origem da humanidade e o seu grande poder reside na decisão que tomar sobre a vida de seus filhos. É a mãe que decide se o filho deve ou não nascer e, quando ele nascer, ainda decide se ele deve viver.
Iyá-Mi é a sacralização da figura materna, por isso o seu culto é envolvido por tantos tabus. O seu grande poder deve-se ao fato de guardar o segredo da criação. Tudo o que é redondo remete ao ventre e, por consequência, às Iyá-Mi. O poder das grandes mães é expresso entre os orixás por Oxum, Iemanjá e Nanã Buruku, mas o poder de Iyá-Mi é manifesto em toda a mulher, que, não por acaso, em quase todas as culturas, é considerada tabu.
As denominações de Iyá-Mi expressam as suas características terríveis e mais perigosas e por essa razão os seus nomes nunca devem ser pronunciados; mas quando se disser um dos seus nomes, todos devem fazer reverencias especiais para aplacar a ira das Grandes Mães e, principalmente, para afugentar a morte.
As feiticeiras mais temidas entre os Iorubas e no Candomblé são as Àjé e, para se referir a elas sem correr nenhum risco, diga apenas Eleyé, Dona do Pássaro.
O aspecto mais aterrador das Iyá-Mi e o seu principal nome, com o qual se tornou conhecida nos terreiros, é Osorongá, uma bruxa terrível que se transforma no pássaro do mesmo nome e rompe a escuridão da noite com o seu grito assustador.
As Iyá-Mi são as senhoras da vida, mas o corolário fundamental da vida é a morte. Quando devidamente cultuadas, manifestam-se apenas no seu aspecto benfazejo, são o grande ventre que povoa o mundo. Não podem, porém, ser esquecidas; nesse caso lançam todo o tipo de maldição e tornam-se senhoras da morte.
O lado bom de Iyá-Mi é expresso em divindades de grande fundamento, como Apaoká, a dona da jaqueira, a verdadeira mãe de Oxóssi. As Iyá-Mi, juntamente com Exú e os ancestrais, são evocadas nos ritos de Ipadé, um complexo ritual que, entre outras coisas, ratifica a grande realidade do poder feminino na hierarquia do Candomblé, denotando que as grandes mães é que detém os segredos do culto, pois um dia, quando deixarem a vida, integrarão o corpo das Iyá-Mi, que são, na verdade, as mulheres ancestrais.
As mulheres pertencentes ao grupo de devotos das Iyami são chamadas Ìyá-Agbà ou Ìya Aiyé (Mães do Universo, Mães Anciãs ou Veneráveis Mães Anciãs); os homens são chamados de Òsó (Bruxo, Feiticeiro). Ambos ficam atribuídos do poder de manipular o destino humano através de rituais de consagração. A aquisição do poder das Iyami ocorre pelo nascimento, por herança e pela iniciação. Esta última pode proporcionar a proteção delas para o iniciado e seus familiares e amigos mais próximos e pode, num grau mais elevado, permitir a transmutação física, embora exclusivamente no caso de mulheres. Diz o provérbio que o filho de Iyami tem dois ouvidos, dois olhos e uma única boca, para ouvir e ver bem mais do que falar. Falar sobre as Mães inspira a sensação de poder e sabedoria, muitas vezes equivocada, porque um devoto que não saiba proteger e preservar a força e os segredos confiados a ele será vencido facilmente. Falar sobre elas é uma tarefa desafiadora porque exige cumplicidade entre quem fala e quem ouve e uma responsabilidade rara das pessoas em relação ao uso que fazem das palavras. Por isso, durante a iniciação, as pessoas se comunicam o mínimo necessário.

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