terça-feira, 10 de janeiro de 2017
Itan Obará
OBARÁ
SIGNIFICADO
Riquezas, amor, paz, felicidade e tranquilidade.
LENDA Existiam dezesseis irmãos na cidade de Ilê Ifé na Nigéria:
Okaran Xoxô, Eji Oko, Ogundá, Yorossun, Oshé, Obará, Ody, Eji-onilê, Ossá, Ofun,
Owarin Soobè, Eji-lashiborá, Eji-olobô, Iká, Ifalahé e Urunmilá Babá Ifá.
O mais pobre era Obara. Os irmãos se reuniram sem Obará saber e como eles tinham negócios e eram ricos, todos os anos procuravam um Babalawô. Chegaram a casa do sacerdote e pediram para ele botar uma mesa, isto é, para jogar búzios. No primeiro lance de jogada o Babalawô verificou a ausência de uma pessoa e disse: – Está faltando uma pessoa da família aqui, quem é? Eles se entreolharam e disseram: – É Obará, nosso irmão mais pobre, nós nunca procuramos ele para nada, ele é uma ovelha negra da nossa família. O sacerdote jogou e tirou os ebós necessários para os quinze irmãos. Como na África os babalawôs dão sempre um presente às pessoas que vão se consultar, o sacerdote virou-se e disse, eu como no momento não tenho nada vou dar a cada um uma abóbo ra, para vocês levarem. Entregou as abóboras e eles se retiraram. No caminho uns com os outros comentavam que o Oluwô não tinha dado valor a eles, dando a cada um uma abóbora, presente considerado insignificante e gritavam só quem como isto é porco lá em casa. Um deles falou, como faz muito tempo, vamos visitar o nosso irmão Obará, já é quase noite, pernoitaremos na casa dele e ao amanhecer iremos todos embora. Concordaram e o último disse e ao sairmos deixaremos essas abóboras para Obará comer. Dito e certo, chegaram à casa de Obará à noitinha, bateram na porta, quem foi atender a esposa de Obará. Os irmãos entraram e saudaram Obará. Obará ficou satisfeito com a visita dos quinze irmãos e perguntou o que era aquilo, eles se olharam entre si e disseram, fomos a um Babalawô e ele disse que este ano você vai morrer, então como você é nosso irmão, viemos nos despedir. Obará abanou a cabeça a mulher começou a chorar com os filhos. Obará então disse: – Como é ritual quando se vai morrer oferecer-se um jantar, então vocês jantarão comigo. Os irmãos aproveitaram a oportunidade e comeram tudo da casa de Obará no outro dia cedo se arrumaram, se despediram e ao sair cada um deixou sua abóbora para Obará. Aí começou a chover, chovendo já a três dias a mulher de Obará disse – que as caças tinham comido todas as carnes e que a carne seca já havia acabado e até as frutas, enfim tudo. Então Obará lembrou-se das abóboras e disse à mulher come- remos abóboras, vá busca-las, verificaram que na primeira só tinha moedas de ouro, a segunda estava cheia de brilhantes, a terceira só tinha pérolas e assim cada uma tinha uma riqueza dentro.
ENTÃO UMA VOZ GRITOU: – Não digas nada do que tens, senão voltarás ao que eras.
Obará prosperou, prosperou, passados meses os irmãos fizeram os ebós e nada resolveram. Então tiveram que procurar um novo Babalwô, se reuniram e lá foram eles novamente. O novo sacerdote fez os preparativos e ao jogar os búzios disse: – Falta uma pessoa de sua família aqui, quem é? Eles responderam é Obará! – Vocês fizeram uns ebós e nada resolveram, vocês receberam cada um grande presente e jogaram fora. Eles responderam, o outro sacerdote nos deu a cada um abóbora. Então o Babalawô lhes disse: – Vocês deram a riqueza de vocês a este irmão. Neste momento, eles escutaram toques e clarins e batidas de tambor na rua e o povo todo correndo e gritando que vinha um Homem muito rico oferecer presentes ao Rei. Os irmãos correram à janela, viram de longe um Homem todo de branco, montado em um cavalo branco que de cem e cem metros mudava para outro cavalo, os cavalos tinham os arreios todos em prata, um séquito de escravos e soldados o acaompanhava eles então gritaram: – É Obará nosso irmão. O sacerdote então jogou e gritou é a riqueza que estava nas abóboras. Eles se entreolharam, coçaram a cabeça e disseram, amanhã vamos lá tomar o que é nosso. Então o sacerdote terminou o jogo e ofereceu uma moeda a cada um dizendo que guardassem mas que aquele ano não seria bom para eles. Nem havia amanhecido o dia os irmãos estavam na porta do palácio de Obará, que antes era uma casa de barro pequenina. O chefe da guarda perguntou quem deveria anunciar. Voltando o chefe da guarda de Obará trouxe o recado dele dizendo que não poderia atender pôr que estava com visitas importantes e tinha vergonha de apresentá-los como irmãos. Então eles gritavam que queriam as abóboras de volta. Obará da sacada do palácio, respondeu para abrir o chiqueiro dos porcos e devolver as abóboras que já estavam podres, e que os porcos já haviam comido.
ENTÃO A MESMA VOZ DISSE: -Obará não diga nada do que tens a ninguém, senão voltarás ao que eras.
Os irmãos gritavam que queriam as abóboras de volta, e Obará respondeu que apodreceram. Pôr isso que, quem é deste Odu deverá dar comida a ele dentro de uma abóbora todo mês de junho na Lua cheia
Obará é o Odu pobre que se torna rico, se a pessoa falar no que tem, os irmãos (os outros Odus) tomam tudo e a pessoa volta de duas a seis vezes pior do que era. Pôr este motivo que as pessoas deste Odu usam o vintém com a coroa para a frente e a cara para trás, para ninguém ver a cara de Obará
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